Em um cenário em que o avanço tecnológico também implica em ameaças cibernéticas cada vez mais complexas, é preciso fortalecer os sistemas e “endurecer” sua segurança. Isso é o que chamamos de hardening.
Com a constante evolução das técnicas de ataque, as empresas devem investir em técnicas e abordagens para reduzir as vulnerabilidades de seus sistemas.
Sendo assim, o hardening é indispensável para minimizar os riscos de segurança. Por isso, neste post, explicaremos melhor essa abordagem, a importância da implementação e os principais controles e práticas. Acompanhe!
Hardening: o que é?
O hardening é como remover as portas desnecessárias de uma casa. Isso porque, quanto mais portas você tiver, maiores são os riscos de uma entrada não autorizada.
Do mesmo modo, quando nos referimos aos sistemas de uma organização, é preciso endurecer a segurança para reduzir os vetores e a superfície de ataque.
Isso significa que é preciso remover programas supérfluos, funções de contas, aplicativos, portas, permissões e acessos para que invasores e malwares tenham menos chances de chegar ao seu ecossistema de TI.
Assim, o fortalecimento de sistemas exige uma abordagem completa para auditar, identificar e controlar possíveis vulnerabilidades de segurança em sua empresa.
Hardening: por que se preocupar?
Acima de tudo, o hardening funciona como um mapeamento de todas as ameaças e vulnerabilidades do sistema, mitigando os riscos e executando as atividades corretivas necessárias.
Dessa forma, não é difícil entender as razões pelas quais sua empresa deve se preocupar em implementar essa abordagem. Lembre-se de que, quanto menos portas, menos chances de entradas não autorizadas.
Além disso, ao reduzir controlar as ameaças e vulnerabilidades, sua empresa pode garantir a adequação à LGPD e outros padrões de compliance.
Afinal, você estará aumentando a segurança dos dados, prevenindo o vazamento e minimizando o impacto desse tipo de situação junto aos seus clientes finais e investidores.
Hardening: como implementar
A implementação do hardening é um processo contínuo e minucioso.
Isso porque o fortalecimento da segurança deve ser feito durante todo o ciclo de vida da tecnologia, desde a instalação e configuração, passando pela manutenção e suporte, até a desativação completa.
Dessa forma, existem algumas etapas para a aplicação desse tipo de metodologia de segurança cibernética:
- Renomear e/ou desativar contas internas, evitando utilizar padrões de nomenclatura que revelem que um usuário tem privilégios administrativos e utilizando senhas complexas (caracteres alfanuméricos e não-alfanuméricos);
- Determinar os protocolos necessários para a rede onde ocorrem as operações comerciais, alterando as portas default para valores não identificados facilmente caso os protocolos não sejam criptografados.
O Ideal é utilizar protocolos criptografados, tais como, tais como HTTPS, SSH e FTPS.
- Proteger os sistemas básicos de entrada e saída (BIOS), incluindo uma senha complexa para acessá-los;
- Identificar e remover aplicativos e serviços desnecessários, os chamados “bloatware”.
Quando esse tipo de aplicação funciona em segundo plano, aumentam-se as vulnerabilidades e os vetores de comprometimento do sistema;
- Documentar o processo de proteção do sistema, uma vez que isso garante que cada sistema seja configurado corretamente e aumenta o nível de responsabilidade dentro da organização.
Hardening: controles básicos do CIS
O CIS (Center for Internet Security) torna o processo de hardening compreensível, incentivando a sua implementação em organizações dos mais diversos setores.
Os controles do CIS permitem que organizações públicas e privadas ajustem seus sistemas para configurações mais voltadas à segurança. São três seções: controles básicos, controles fundamentais e controles organizacionais. Veja:
Inventário e Controle de Ativos de Hardware
O primeiro passo é realizar o inventário e controle dos ativos de hardware, que podem incluir ― mas não se limitam a ― notebooks, celulares, desktops e servidores.
Assim, apenas dispositivos autorizados passam a ter acesso à rede, reduzindo os vetores de ataque disponíveis para os possíveis invasores.
É preciso ter em mente que os invasores dedicam tempo para inventariar esses ativos, à espera de uma oportunidade de ataque. Por isso, sua empresa também deve se dedicar a fazer o mesmo.
Inventário e Controle de Ativos de Software
De forma semelhante ao primeiro passo, a segunda etapa consiste em realizar o gerenciamento e o inventário de todos os ativos de software conectados à rede.
O objetivo é que apenas softwares autorizados sejam instalados, impedindo que ativos não permitidos sejam executados.
Além disso, muitas vezes os dispositivos conectados às redes organizacionais rodam softwares desnecessários que criam oportunidades para que os invasores entrem.
Assim, realizando o inventário de todas as aplicações, é possível corrigir vulnerabilidades e falhas de segurança que possam ser exploradas pelos invasores.
Gerenciamento Contínuo de Vulnerabilidades
A defesa cibernética é uma atividade contínua, uma vez que os invasores também estão continuamente buscando vulnerabilidades no sistema.
Portanto, é fundamental operar um fluxo constante de informações à procura de pontos fracos, corrigindo-os sempre que necessário.
Também é importante atualizar os softwares constantemente, além de aconselhar a equipe sobre as potenciais ameaças e publicar boletins sobre o tema para a comunidade em geral.
Uso Controlado de Privilégios Administrativos
O uso indevido de “usuários admin” é perigoso para qualquer sistema, justamente porque os privilégios de administrador envolvem controle total sobre todos os aspectos de uma rede.
Assim, se um invasor acessar um terminal ou usuário com privilégios de administrador, pode fazer alterações nos sistemas sem que a organização esteja ciente.
A instalação de keyloggers, sniffers e software de acesso remoto são apenas alguns exemplos de estratégias que os invasores utilizam para obter controle indevido sobre a rede.
Configuração segura para hardware e software em dispositivos móveis, laptops, estações de trabalho e servidores
Normalmente, os dispositivos e softwares prontos para uso são configurados de forma padrão, priorizando a facilidade de uso e não a segurança.
Isso significa que esses ativos podem ter portas de redes abertas, softwares pré-instalados ou desnecessários e protocolos desatualizados. Tudo isso pode aumentar a área de ataque para os invasores.
Desenvolver uma configuração de segurança robusta é uma tarefa complexa e desafiadora, e não deve ser executada por apenas uma pessoa.
Esse tipo de função exige a contratação de uma equipe dedicada, ou mesmo um SOC as Service.
Manutenção, Monitoramento e Análise de Logs de Auditoria
Deixar de registrar qualquer tipo de evento que ocorra na rede organizacional pode permitir que os invasores permaneçam indetectáveis e implantem diversos tipos de malware e keyloggers.
Assim, é fundamental manter logs de todos os eventos da rede, coletando, analisando e gerenciando todos os logs de auditoria. Isso porque, em muitos casos, o registro em log é a única evidência de que houve um ataque.
Hardening: controles fundamentais do CIS
Os cibercriminosos têm utilizado ferramentas cada vez mais avançadas para identificar e explorar as vulnerabilidades de segurança. Por isso, as organizações devem tomar medidas deliberadas para proteger seus ativos de informação.
Assim, é preciso montar um sistema de defesa adequado, com protocolos claros para proteger todas as bases da organização. Confira a seguir alguns dos controles fundamentais do CIS:
Proteções de e-mail e navegador da Web
Os cibercriminosos se aproveitam do uso ativo de plataformas de e-mail para encontrar aberturas para penetrar em sistemas vulneráveis e acessar informações confidenciais das organizações.
As ameaças mais comuns em e-mail são o uso injustificado da ferramenta por funcionários da empresa e e-mail de spam, malware e phishing.
Para proteger sua organização desses ataques, o recomendado é utilizar apenas sistemas de e-mail totalmente compatíveis com navegadores web, tais como Google Chrome, Mozilla Firefox e Apple Safari.
Defesa contra malware
Os malwares são dinâmicos, evoluindo rapidamente e se tornando cada vez mais difíceis de detectar.
Portanto, a recomendação é investir em ferramentas automatizadas para proteger a privacidade e a integridade da sua organização.
Algumas das indicações de hardening do CIS incluem a instalação e o uso das seguintes funcionalidades:
- Patches de software que permitem a atualização automática e podem ajudar a corrigir problemas de segurança;
- Softwares antivírus com ferramentas anti-spyware, que detectam imediatamente malwares e outras ameaças, impedindo que penetrem em dispositivos e sistemas;
- Firewalls projetados para monitorar o tráfego de entrada e saída de uma rede, bloqueando o acesso de vírus e malwares.
O ideal é que os firewalls sejam de hardware e software para oferecer diferentes camadas de proteção.
Limitação e Controle de Portas de Rede, Protocolos e Serviços
Embora o sistema de firewall possa ajudar a evitar acessos não autorizados, é altamente recomendável que se faça o monitoramento regular de todas as portas de acesso remoto.
Essa limitação de portas abertas é ainda mais importante em um cenário em que grande parte dos funcionários estão trabalhando em regime de home office.
Capacidade de recuperação de dados
É fundamental contar com processos e ferramentas para realizar backups de informações críticas da organização. Também é muito importante utilizar uma metodologia comprovada para recuperar os dados de forma correta.
Assim, realize backups semanais ou com mais frequência para aqueles que armazenam dados altamente confidenciais, além de criar uma segurança física ou criptografia para armazenar tais dados.
Configuração segura para dispositivos de rede, como firewalls, roteadores e switches
Em muitos casos, as grandes organizações utilizam infraestruturas de TI com agilidade operacional, transmitindo e armazenando com facilidade os dados críticos.
No entanto, a segurança pode ficar em segundo plano e os invasores podem se utilizar dessas brechas para enfraquecer as defesas.
Portanto, é preciso verificar minuciosamente todas as configurações de dispositivos de rede, analisando se obedecem as configurações de segurança aprovadas e corrigindo todas as lacunas e inconsistências de segurança.
Defesa de Fronteiras
Devido ao aumento do uso de dispositivos sem fio e à interconectividade dentro das organizações, as fronteiras entre os sistemas internos e externos estão ficando mais fracas.
Portanto, uma abordagem de hardening é justamente proteger o fluxo de dados críticos, por meio de Sistemas de Detecção de Intrusão (IDS), que verificam mecanismos de ataques incomuns nas fronteiras.
Proteção de Dados
As organizações devem armazenar arquivos confidenciais separadamente de outros ativos menos críticos, reduzindo o risco de vazamento interno de dados.
Assim, os perímetros internos e externos da rede devem ser equipados com ferramentas que monitoram, sinalizam e bloqueiam a transferência não autorizada de dados.
Acesso Controlado Baseado na Necessidade de Saber
Dar acesso a todas as informações da empresa para todos os funcionários, independentemente da sua posição ou cargo é como dar um passe livre para pessoas mal-intencionadas para debilitar os sistemas.
Para evitar o uso indevido de informações confidenciais, agrupe os ativos de informação e atribua funções de trabalho, dispositivos e aplicativos que possam acessá-los.
Controle de acesso sem fio
Os dispositivos sem fio são maneiras fáceis de acessar redes vulneráveis.
Portanto, sempre faça uma varredura de vulnerabilidade para verificar se as redes dos dispositivos sem fio são penetráveis ou não.
Também é importante garantir que apenas os dispositivos oficiais tenham acesso remoto às redes organizacionais, equipando-os com um sistema de verificação para oferecer uma camada extra de segurança.
Monitoramento e Controle de Contas
É fundamental supervisionar a criação, gerenciamento e exclusão de contas.
Essa auditoria regular das contas de usuários permite que a organização elimine e desative as contas inativas, diminuindo a oportunidade de invasores utilizarem esses ativos para atividades maliciosas.
Hardening: controles organizacionais do CIS
Por fim, temos as quatro etapas necessárias em um nível organizacional para aprimorar e manter altos níveis de segurança cibernética. Confira a seguir:
- Implementar um programa de conscientização e treinamento de segurança
Para que os funcionários se comportem de maneira consciente a respeito da importância da segurança cibernética, é fundamental investir em treinamentos de pessoal.
Ainda, é preciso cultivar uma cultura corporativa em que a segurança das informações é entendida como um processo contínuo.
- Segurança do Software Aplicativo
Esse controle de segurança sugere a adoção de uma postura de advertência em relação a todos os aplicativos e softwares adquiridos.
Isso significa que todos os ativos devem ser verificados em relação às vulnerabilidades de segurança antes da compra, para evitar problemas futuros.
- Resposta e Gerenciamento de Incidentes
Contar com um plano de resposta a incidentes é fundamental para que a organização possa responder os ataques de forma clara e eficaz.
Assim, além de proteger os dados das ameaças dos invasores, a implementação do gerenciamento de incidentes permite com que a empresa esteja em conformidade com as normas regulatórias, como a LGPD, por exemplo.
- Testes de Penetração e Exercícios da Equipe Vermelha
Os chamados testes de penetração funcionam como ataques encenados para verificar as vulnerabilidades que podem ser exploradas por pessoas mal-intencionadas de fora ou de dentro da organização.
O Pentest é o teste prático de todos os controles de segurança que mostramos ao longo deste artigo, avaliando a força da arquitetura de segurança cibernética e permitindo ajustes e melhorias contínuas.
Hardening: benefícios
Como dissemos, implementar uma abordagem de hardening requer um esforço contínuo por parte da empresa. Mas todo esse investimento traz benefícios significativos como:
- Sistemas com funcionalidade aprimorada, uma vez que contarão com menos programas e funcionalidades desnecessários;
- Fortalecimento da segurança, reduzindo a superfície de ataque e diminuindo as chances de violações de dados, acessos não autorizados, invasão de sistemas ou malwares;
- Conformidade e simplificação das auditorias, criando um ambiente mais transparente.
Hardening: conte com a Prolinx
O hardening é uma metodologia de cibersegurança e deve ser colocada em prática para reduzir e mitigar os riscos de ataques à organização.
A Prolinx está preparada para dar suporte à sua empresa e fazer uma gestão completa da segurança da informação. Entre os serviços que podemos oferecer, destacamos a Análise de Vulnerabilidades e o Prosec.
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