Sua empresa está preparada para evitar ataques cibernéticos a APIs? API é sigla para Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicação e o Brasil é o 4º país que mais utiliza esse tipo de programa no mundo.
Essa popularidade tem justificativa. Falamos de algo que promove a integração de diferentes sistemas, permitindo que se “comuniquem” e promovendo um amplo acesso à informações. Em suma, APIs são cruciais para uma boa comunicação entre aplicações e seu uso se tornou realmente comum.
O problema é que pode ser desafiador adotar medidas para monitorar e proteger esses programas de forma a evitar que se tornem uma porta de entrada para ataques hackers. É por isso que, só no primeiro trimestre de 2023, ataques a APIs tiveram um crescimento de 400% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo relatório da Salt Labs.
As vulnerabilidades de segurança de API são uma questão comum a organizações de todos os portes e colocam em risco suas informações, em especial, as sigilosas. Algo que já sugere o risco atrelado a esse tipo de ataque.
Neste post, vamos apresentar a você mais sobre essa ameaça para que você entenda como acontece e o que sua empresa pode fazer para se proteger.
O que é um ataque a API
O ponto de partida é entender que um ataque cibernético a APIs consiste em uma ação para explorar as vulnerabilidades de endpoint desses canais de comunicação e provocar situações como:
- Acessar dados sensíveis da empresa e seus usuários;
- Comprometer a continuidade das operações;
- Executar outras atividades maliciosas.
Assim, nos referimos a um uso ou tentativa de uso malicioso de uma API a partir de ameaças automatizadas, violações de acesso, ataques de bot ou outras estratégias.
Um perigo que pode levar a perdas significativas de dados, roubo de informações sensíveis ― provocando problemas diversos, inclusive pela possibilidade de violação da LGPD ― e paralisação das atividades da organização. Os prejuízos financeiros e de imagem podem ser robustos o suficiente para colocar em xeque o futuro dos negócios.
Falamos em ataques cibernéticos a APIs porque existem vários tipos. A seguir, apresentamos os mais comuns. Acompanhe:
Ataques de injeção
Entre os mais comuns está o ataque de injeção que consiste na inserção de um código malicioso em solicitações de API para manipular o comportamento do sistema de destino.
Essas manipulações provocadas pelos cibercriminosos podem fazer com que uma aplicação execute comandos não autorizados, inclusive o de dar acesso à informações privadas.
Ataques DoS/DDoS
Outro tipo bastante conhecido de ataque cibernético a APIs são os ataques de negação de serviço (DoS) e distribuídos (DDoS). Ambos podem sobrecarregar as APIs com um grande volume de tráfego falso com o objetivo de tornar esses programas indisponíveis e prejudicar ou interromper as operações da empresa.
Como consequência, as pessoas da organização podem não conseguir cumprir com suas demandas habituais do dia a dia, afetando o cumprimento de prazos, o atendimento a clientes e parceiros e causando prejuízos.
Sequestro de autenticação
Existe também o sequestro de autenticação, um método que os invasores conhecem bem e aplicam com frequência. Por meio de técnicas de phishing (ou até de ataques de força bruta), conseguem informações de acesso aos dados e recursos protegidos pela API, mesmo sem ter a autorização adequada.
Aliás, de acordo com os dados coletados pela Salt, 78% dos ataques cibernéticos a APIs são realizados por usuários que aparentam ser legítimos, mas que são invasores que conseguiram a autenticação necessária de forma maliciosa.
Exposição de dados
Por fim, temos o ataque que acontece a partir da exposição não intencional de dados confidenciais. Um problema que ocorre a partir de APIs vulneráveis que se tornam alvo fácil para violações de privacidade, colocando em risco a Segurança da Informação.
Em um ataque cibernético a APIs dessa natureza, os cibercriminosos podem ter acesso a informações pessoais dos usuários da empresa (colaboradores, clientes, parceiros e mais), informações financeiras e outras consideradas sensíveis e que podem representar alguma vantagem para os hackers.
Por que os incidentes de segurança de API estão se tornando mais comuns
Em 2022, analistas da Gartner previram que os ataques cibernéticos a APIs passariam a ser “um vetor de ataque mais frequente, resultando em violações de dados para aplicações web empresariais”. Não é difícil entender o porquê.
Basicamente, qualquer aplicativo ou serviço web comumente usado pelas organizações é compatível com algum tipo de API e, como mencionamos antes, esses programas são realmente úteis e até mesmo cruciais para a integração de sistemas.
Estamos, portanto, em um cenário em que as APIs se tornaram um componente vital da infraestrutura de TI das empresas. Compreensivelmente, quanto mais comum o seu uso, maior o risco quando há vulnerabilidades conhecidas ou não a serem exploradas pelos hackers. E isso não é tudo.
Tenha em mente que uma pessoa que orquestra um ataque não precisa mais ter acesso ao sistema local, pode executar sua atividade maliciosa contra uma API remotamente. Algo que se torna ainda mais fácil de fazer considerando que APIs são projetadas para serem facilmente encontradas e utilizadas ― uma conveniência focada nos desenvolvedores, mas que acaba existindo também para os hackers.
Ao passo que as redes de API têm se tornado mais complexas, as empresas nem sempre contam com medidas de cibersegurança igualmente robustas. Em outras palavras, nesse mesmo cenário, temos a falta de implementação de medidas adequadas de segurança, o que faz com seja mais fácil para os criminosos explorarem vulnerabilidades de forma maliciosa.
Com tudo isso, de um lado, temos a tecnologia avançando e trazendo soluções úteis às pessoas e organizações. Do outro, perigos em potencial para os usuários desprotegidos.
Peguemos a computação em nuvem como exemplo. Para além do backup (que, vale dizer, é uma solução básica para qualquer empresas hoje em dia), é possível contar com diversas aplicações e serviços por meio da nuvem. Algo que oferece mais praticidade, além de outras vantagens como a redução de custos. Contudo, também tem riscos porque contribui para a expansão do escopo das APIs.
Hoje em dia, as empresas já não implementam apenas um app baseado em nuvem, com apenas um ponto de entrada e saída. Ao invés disso, têm optado por aplicativos constituídos por dezenas ou milhares de pequenos componentes que são integrados por meio de APIs, o que amplia a superfície de ataque de forma significativa e cria novos desafios de segurança para as empresas.
Práticas recomendadas para segurança de API
As possibilidades de ataques cibernéticos a APIs são muitas e as ocorrências são cada vez mais comuns. Por isso, a adoção de estratégias de segurança das APIs ― bem como de seu gerenciamento ― deve ser uma prioridade para as empresas e suas equipes de TI.
Entretanto, como já indicamos, proteger as APIs pode ser um desafio um tanto complexo em razão da evolução constante desses programas, do uso crescente da nuvem e das práticas atuais de DevOps. Sendo assim, trazendo algumas orientações ou diretrizes fundamentais para a sua organização, veja:
Descobrir e monitorar todas as APIs
Por terem se tornado tão úteis e populares, APIs podem ser implementadas com facilidade e sem muito controle pelas empresas. Assim, é fundamental realizar uma auditoria completa para identificar todas as APIs e, então, monitorá-las regularmente para encontrar possíveis vulnerabilidades e atividades suspeitas.
APIs podem ser internas ou externas. Aquelas desenvolvidas in house precisam ser acompanhadas desde o início para que seja mais fácil monitorar eventuais problemas. Além disso, é muito importante buscar mais informações sobre as APIs externas em uso para que seja possível protegê-las também.
Entenda que, por vezes, uma organização enfrenta incidentes de segurança relacionados a APIs que não sabia que existiam justamente por terem vindo do provedor de API usado. Para evitar isso, é necessário conhecer o local e a finalidade dessas APIs para que estejam no radar da organização. Afinal, não é possível proteger aquilo que não se sabe que existe, certo?
Identificar vulnerabilidades
Outra dica para evitar ataques cibernéticos a APIs é conduzir testes de segurança com regularidade para identificar eventuais brechas de segurança que possam ser exploradas pelos hackers e corrigi-las antes que isso aconteça.
Para começar, é válido buscar por chamadas lógicas, chaves codificadas e por sinais de algum dos tipos de ataques que vimos. Também é necessário verificar os repositórios e arquivos em busca de chaves que possam ser usadas de forma mal-intencionada para comprometer as APIs.
Outra medida válida é a execução de pentests ou testes de intrusão e de varreduras de análise de vulnerabilidades. O objetivo é sempre identificar brechas e corrigi-las com base em uma categorização do nível de risco.
Aproveitar as soluções de segurança existentes
É bastante interessante, também, que sua empresa conte com as soluções de segurança que já tenha implementado para aumentar a proteção das APIs. É algo que pode ser feito com Firewalls de Aplicações Web (WAFs), gerenciamento de identidades, sistemas de detecção de intrusões (IDS) e sistemas de prevenção de intrusões (IPS).
Um conjunto de soluções como esse pode promover a proteção contínua das APIs contra ameaças já conhecidas e outras emergentes, reduzindo as chances de que os criminosos tenham sucesso em suas tentativas de intrusão.
Definir políticas de segurança de API gerais
Prevenir ataques cibernéticos a APIs também demanda a existência de políticas de segurança de API que sejam abrangentes e incluam:
- Práticas de autenticação de autorização robustas (considerando que essa é uma das vulnerabilidades mais comuns a oportunizar ataques a APIs)
- Controle de acesso granular;
- Criptografia de dados;
- Monitoramento de tráfego em tempo real.
O objetivo passa tanto por dificultar o acesso não autorizado quanto dar à TI a chance de identificar comportamentos suspeitos e tomar medidas para interrompê-los antes que consequências graves se concretizem.
Para isso, a dica é estabelecer uma política única e abrangente ao invés de estabelecer regras exclusivas para cada API. Também com o objetivo de tornar o processo mais simples e eficiente, evite codificar a política definida diretamente nas APIs.
Conte com a Prolinx para proteger sua empresa de ataques cibernéticos a APIs
Voltando aos dados da Salt Labs, 82% das empresas não confiam que seus inventários de APIs contém informações suficientes sobre esses programas e os dados (sensíveis ou não) contidos neles.
Isso faz com que seja bastante difícil definir um plano de ação para implementar medidas robustas de segurança. É importante que as organizações consigam identificar os dados críticos no ambiente de cada API para que possam estabelecer suas prioridades de ação com base no entendimento de onde estão os dados mais sensíveis e quem tem acesso a essas informações.
Contudo, esse é um grande desafio, sobretudo porque as empresas tendem a fazer isso de forma manual, seja por desconhecimento de processos alternativos ou até pela falta dos recursos necessários. Isso vai contra a ideia de adotar uma abordagem proativa efetiva porque resulta em processo moroso e pouco eficiente.
Assim, faz sentido contar com uma equipe de especialistas terceirizada para avaliar o ambiente de TI da empresa e direcionar as ações contra ataques cibernéticos a APIs, inclusive identificando as melhores soluções de proteção que a empresa precisa implementar.
Você pode saber mais sobre uma dessas soluções agora. Conheça o WAF as a Service da Prolinx e entenda os benefícios de contar com esse serviço para manter as APIs seguras!