Perícia Digital: conheça os benefícios da estratégia de cibersegurança

As ameaças cibernéticas estão ocorrendo cada vez mais e de forma mais complexa, o que demanda das empresas a adoção de estratégias como a perícia digital. Entenda como a ferramenta coleta, preserva, analisa e apresenta evidências encontradas em dispositivos eletrônicos!
Tempo de leitura: 8 minutos
perícia digital
Fonte: Shutterstock

Sumário

Com a intensificação da transformação digital, que proporcionou avanços significativos para empresas e indivíduos, além da crescente dependência da sociedade em tecnologias digitais, surgem ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas. Elas podem ocorrer em diversos formatos, como ataques direcionados, violações de dados, fraudes internas e espionagem corporativa, tornando-se parte da realidade digital moderna. Com isso, estratégias com a perícia digital forense passaram a ser fundamentais na busca por resposta a incidentes.

Por meio dessa metodologia, é possível conduzir uma investigação técnica de eventos de segurança, com a coleta e preservação de evidências digitais. Em um mundo onde informações sensíveis e altamente relevantes são armazenadas em dispositivos eletrônicos, a capacidade de recuperar e analisar evidências digitais se tornou crucial para dar apoio a processos administrativos, jurídicos e de compliance. 

Para saber mais sobre a análise forense digital no contexto atual de cibersegurança, este conteúdo traz o passo a passo técnico do processo forense, com foco na confiabilidade das metodologias e ferramentas utilizadas, demonstrando como a perícia está integrada à resposta a incidentes (DFIR). Você também vai entender o papel estratégico desse serviço para empresas que desejam proteger seus ativos digitais e mitigar riscos jurídicos. Acompanhe!

O que é perícia digital

A perícia forense digital é o ramo da ciência forense que se dedica à coleta, preservação, análise e apresentação de evidências digitais encontradas em dispositivos eletrônicos. Ela investiga e reconstitui incidentes de cibersegurança por meio de vestígios deixados por agentes de ameaças, como arquivos de malware e scripts maliciosos. Essas reconstituições permitem que os investigadores identifiquem a causa raiz dos ataques e os culpados. 

Essas investigações seguem uma cadeia de custódia rigorosa ou um processo formal para rastrear como as provas são coletadas e manipuladas, o que permite comprovar que as provas não foram adulteradas. Por esse motivo, as provas das investigações forenses digitais podem ser utilizadas em processos judiciais, pedidos de seguros e auditorias regulatórias. Atualmente, quase a totalidade das atividades criminosas tem um elemento de perícia forense digital, uma assistência considerada crucial às investigações policiais. Todo esse processo exige que os profissionais envolvidos possuam conhecimentos específicos em hardware, software e redes de computadores.

No contexto atual, em que grande parte das informações e atividades humanas são armazenadas em dispositivos eletrônicos, a perícia forense digital se tornou indispensável. Sua relevância se estende a diversos tipos de crimes, como fraudes financeiras, ataques cibernéticos, crimes contra a pessoa e terrorismo. Assim, por meio da capacidade de recuperar e analisar essas informações, os investigadores conseguem reconstruir eventos, identificar padrões de comportamento e obter provas que podem ser utilizadas em tribunais.

Qual é o processo de investigação forense digital?

De acordo com definições do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA (NIST), uma investigação forense digital ocorre em quatro etapas fundamentais para que esse processo alcance os resultados esperados. Ela começa na coleta dos dados, após a ocorrência de uma violação, passa pela avaliação para identificar se há sinais da ação de invasores, chegando até a adoção de metodologias para conseguir provas do ataque e, por fim, se encerra na emissão de relatórios após a investigação. Veja os detalhes de cada etapa:

Coleta de dados

A primeira etapa de um processo de perícia digital é a coleta de dados. Após uma violação, os peritos coletam dados de sistemas operacionais, contas de usuário, dispositivos móveis e outros ativos de hardware e software que os agentes de ameaças possam ter acessado. Com o objetivo de preservar a integridade das provas, os investigadores fazem cópias dos dados antes de processá-los. Isso é feito para garantir a proteção dos originais para que não possam ser alterados. Dessa forma, o restante da investigação é realizado por meio das cópias. Há fontes de dados de perícia consideradas comuns, tais como:

  • Perícia de sistemas de arquivos: dados encontrados em arquivos e pastas armazenados em endpoints;
  • Perícia de memórias: dados encontrados na memória de acesso aleatório (RAM) de um dispositivo;
  • Perícia de redes: dados encontrados ao examinar a atividade na rede, como navegação na web e comunicações entre dispositivos;
  • Perícia de aplicações: dados encontrados nos logs de aplicativos e outros softwares. 

Exame

Após a coleta, os examinadores avaliam os dados e metadados em busca de sinais de atividade de cibercriminosos, como e-mails de phishing, arquivos alterados e conexões suspeitas. Nessa etapa, os investigadores forenses podem recuperar dados digitais de várias fontes, como históricos de navegadores da web, logs de bate-papo, dispositivos de armazenamento remoto, espaço excluído e em disco acessíveis, caches do sistema operacional e praticamente qualquer outra parte de um sistema computadorizado.

Análise de dados

Outra etapa da análise forense digital é a adoção de técnicas, metodologias e ferramentas forenses digitais para processar, correlacionar e extrair insights de provas e evidências digitais. Os investigadores também podem fazer referência a feeds de inteligência de ameaças próprios e de código aberto para vincular as descobertas feitas a agentes de ameaças específicos.

Relatórios

Finalizada a investigação, os especialistas forenses apresentam um relatório formal que descreve a análise feita, incluindo informações relevantes, como o que aconteceu e quem pode ser o responsável. Os relatórios variam de acordo com o caso e podem conter recomendações para impedir futuros ataques. Por exemplo, em crimes cibernéticos, podem ser apresentadas orientações para corrigir vulnerabilidades para evitar que outros ataques cibernéticos ocorram. Além disso, é comum que os relatórios sejam utilizados para apresentar evidências digitais em um tribunal e compartilhados com agências policiais, seguradoras, reguladores e outras autoridades. 

Perícia digital e resposta a incidentes (DFIR)

Digital Forensics and Incident Response (DFIR) ou perícia digital e resposta a incidentes é uma área da segurança cibernética que integra a perícia forense digital com a resposta a incidentes. Enquanto a perícia digital trata da investigação de ameaças cibernéticas, sobretudo para reunir provas digitais para processar cibercriminosos, a resposta a incidentes atua com a detecção e mitigação de ataques cibernéticos em andamento. 

Juntas, essas duas disciplinas auxiliam as equipes de segurança a deter as ameaças com maior rapidez, preservando provas que, de outra forma, poderiam se perder ou ser comprometidas em virtude da urgência de mitigação das ameaças. Com isso, é reduzido o escopo dos ataques e as operações da empresa podem ser retornadas rapidamente. 

O DFIR envolve o uso de técnicas e ferramentas de perícia forense digital para examinar e analisar evidências digitais para entender o escopo de um evento e, então, aplicar ferramentas e técnicas de resposta a incidentes para detectar, conter e recuperar-se de ataques. Basicamente, o processo de resposta a incidentes tem seis etapas padrão, que se desdobram em:

  1. Preparação
  2. Detecção e análise.
  3. Contenção
  4. Erradicação
  5. Recuperação
  6. Análise pós-incidente

Além disso, alguns dos principais benefícios trazidos pela estratégia de Perícia digital e resposta a incidentes (DFIR) podem ser citados:

Prevenção de ameaças mais eficaz

Isso porque as equipes de DFIR investigam os incidentes de forma mais minuciosa do que as equipes tradicionais de resposta a incidentes, auxiliando as equipes de segurança a entenderem melhor as ameaças cibernéticas, criar playbooks de resposta a incidentes mais eficazes e impedir mais ataques antes que ocorram. As investigações de DFIR também ajudam a otimizar a caça a ameaças, revelando provas de ameaças ativas desconhecidas.

Pouca ou nenhuma prova é perdida durante a resolução da ameaça

Durante um processo convencional de resposta a incidentes, as equipes podem errar na pressa de conter a ameaça. Por exemplo, se desligarem um dispositivo infectado para conter a propagação de uma ameaça, qualquer prova remanescente na RAM do dispositivo será perdida. Para evitar acontecimentos como esse, as equipes DFIR são treinadas tanto em perícia digital quanto em resposta a incidentes, agindo com habilidade e precisão na preservação de provas e resolução de incidentes.

Suporte aprimorado a litígios

As equipes do DFIR seguem a cadeia de custódia, o que significa que os resultados das investigações de DFIR podem ser compartilhados com autoridades policiais e usados para processar cibercriminosos. As investigações de DFIR também podem auxiliar em pedidos de seguros e auditorias regulatórias pós-violação.

Recuperação de ameaças mais rápida e robusta

Como as investigações forenses são mais robustas do que as investigações convencionais de resposta a incidentes, as equipes de DFIR podem descobrir malwares ocultos ou danos ao sistema que, de outra forma, passariam despercebidos. Isso ajuda as equipes de segurança a erradicar ameaças e se recuperar de ataques de forma mais completa.

Por que a perícia forense digital é importante?

O fato de computadores e dispositivos computadorizados serem cada vez mais utilizados em todos os aspectos da vida torna a perícia digital forense fundamental para a sociedade, considerando o impacto de crimes cibernéticos na vida das pessoas e organizações. Isso porque as evidências digitais tornaram-se cruciais para a resolução de diversos tipos de crimes e questões jurídicas no mundo digital e no físico.

Todos os dispositivos conectados geram enormes quantidades de dados, sendo que muitos desses dispositivos registram todas as ações realizadas por seus usuários e as atividades autônomas realizadas pelo dispositivo, como conexões de rede e transferências de dados. Isso inclui carros, celulares, roteadores, computadores pessoais, semáforos e muitos outros dispositivos nas esferas pública e privada.

Esse contexto torna as evidências digitais importantes, pois elas podem ser usadas como evidência em investigações e processos legais para ocorrências como roubo de dados e violações de rede, fraude online e roubo de identidade, crimes violentos como roubo, agressão e assassinato, além de crimes de colarinho branco.

Especificamente no contexto de uma organização, a perícia forense digital é importante para identificar e investigar incidentes de segurança cibernética e física. É bastante comum que as evidências digitais sejam usadas como parte do processo de resposta a incidentes, envolvendo uma série de passos para detectar, por exemplo, a ocorrência de uma violação, a causa raiz e os agentes da ameaça, erradicar a ameaça e fornecer evidências para equipes jurídicas e autoridades policiais.

Faça uma perícia digital com a Prolinx!

A análise forense digital tem como objetivo investigar incidentes de segurança, identificar causas, responsáveis e preservar evidências para ações corretivas ou jurídicas. Investir em estratégias como a perícia digital é uma decisão que coloca organizações em um contexto avançado de segurança cibernética, considerando a complexidade e aumento dos tipos de ataques.

O ProSec, da Prolinx, adota metodologias reconhecidas como o NIST Digital Forensics Guide e o SANS DFIR, garantindo um processo técnico, ético e estruturado. São utilizadas ferramentas como Autopsy e FTK Imager (análise e coleta de discos), Wireshark (análise de tráfego de rede), Magnet AXIOM (extração e correlação de dados de múltiplas fontes, como discos, dispositivos móveis e navegadores) e Plaso (log2timeline), que constrói uma linha do tempo forense a partir de artefatos digitais.

Ao final, é entregue um relatório técnico detalhado com todas as evidências e uma apresentação executiva destacando os impactos do incidente e as ações recomendadas para fortalecer a segurança da organização. Entre em contato e saiba mais sobre a análise forense digital!

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